terça-feira, 19 de março de 2013

HELOÍSA HELENA DEBATEDORA NA IV FLIMAR


O BANCO DO NORDESTE É PATROCINADOR DA IV FLIMAR


NELSON DA RABECA VAI SE APRESENTAR NA IV FLIMAR


VALE A PENA CONHECER MACEIÓ - 28 KM DISTANTE DE MARECHAL


HOMENAGEM AO POETA LÊDO IVO NA CASA DA BARRA DE CARLITO LIMA - NA FOTO: O ATOR CHICO DE ASSIS E O JORNALISTA NADO TORRES


O ESCRITOR E ACADÊMICO RONALD MENDONÇA ESTARÁ NUMA MESA SOBRE CRÔNICA E CONTO


A POESIA VAI ROLAR NA IV FLIMAR


NA IV FLIMAR OS POETAS FARÃO HOMENAGEM A LÊDO IVO


CRÔNICA DE CARLITO LIMA



ANTES DE VIAJAR POSTO MINHA CRÔNICA DE DOMINGO 31 DE MARÇO NA GAZETA DE ALAGOAS. 
FOI TIRADA DE DEPOIMENTOS DE MEU LIVRO "CONFISSÕES DE UM CAPITÃO", O VELHO CAPITA. 

1º ABRIL DE 1964

O som cadenciado e harmonioso do toque de alvorada pelo corneteiro acordou-me naquela luminosa manhã. Eu era tenente do Exército Brasileiro servia na 2ª Companhia de Guardas, tropa de elite do IV Exército sediada no centro da cidade histórica do Recife. Tropa altamente treinada contra guerrilha urbana, a Companhia de Guardas estava de prontidão há mais de uma semana, devido aos acontecimentos políticos da época. O presidente João Goulart acendia uma vela a Deus outra ao Diabo. Um processo de desgaste político se espalhou sobre a Nação. Um suposto dispositivo militar apoiava o presidente, inclusive o General Justino Alves Bastos, comandante do IV Exército, jurou de pés juntos que defenderia a legalidade, quando a conjuntura mudou, ele mudou de lado. A situação ficou mais nebulosa depois do grande comício das reformas em frente ao Ministério do Exército, dia 13 de março, muitos discursos provocativos. O pingo d’água que faltava para o copo transbordar. Jango estava cutucando a onça com vara curta.
Naquela bela manhã de 1º de abril logo depois da formatura matinal, o capitão Luís Henrique Maia reuniu os cinco tenentes comandantes de pelotão, fez uma preleção. Havia notícias confirmadas, a tropa do general Mourão Filho de Minas Gerais estava a caminho do Rio de Janeiro para levantar o I Exército, e depor o presidente João Goulart. O objetivo era restabelecer a ordem no país, garantir a democracia, a eleição para presidente em 1965. Mandou preparar cada pelotão para o enfrentamento, entrar em combate urbano a qualquer momento.
Dirigi-me ao alojamento de meu pelotão, pensamentos mil, sabia que haveria uma confrontação naquelas próximas horas. Ainda estava em divagações quando o comandante me chamou e deu as primeiras ordens: Dissolver uma manifestação no Sindicado dos Bancários, perto do quartel. Coloquei o pelotão em forma, passei em revista o armamento e equipamento, falei para os soldados sobre a missão, deixei bem esclarecido, tiro só com minha ordem. Formação em cunha o pelotão tomou a rua em marcha. A batida uníssona do coturno no calçamento fazia um barulho assustador. Enquanto aqueles 44 soldados bem armados e equipados avançavam, eu vi mães colocando meninos para dentro das casas, ouvi algumas vaias, como também algumas palmas, o povo dividido. Avançava, continha a emoção, pensava na informação que me passaram: os sindicalistas, os camponeses, os homens de Arraes, tinham sido treinados em guerrilha e possuíam armamento de primeira linha. Assim que avistamos ao longe a multidão em torno de 400 pessoas, tive que controlar um sargento, meu auxiliar, pedia para dar um tiro a fim de dispersar a multidão. Mandei o sargento calar a boca, o comando era exclusivo meu, evitava que houvesse reação por parte dos manifestantes e terminar numa carnificina de balas dos dois lados. Tentaria um diálogo, se possível. O pelotão se aproximou, dava para ver as fisionomias dos manifestantes, o sargento insistindo, me pedindo para atirar. Gritei não!
De repente tive a maior alegria e maior alívio de minha vida ao perceber a multidão se dispersando em todas as direções. Invadimos o sindicato a “manus militaris”, ficaram três manifestantes, pedi para eles saírem ou teria de levá-los presos. Um barbudo, magro, me encarou: “Só saio morto ou preso”. Dei a ordem “Então esteja preso, não vou lhe matar”. Mandei lacrar os móveis, deixei cinco soldados guarnecendo o sindicato, retornei com o resto do pelotão para Avenida Visconde de Suassuna, sede da Cia de Guardas. Durante o percurso, o pelotão marchava em duas colunas, o barbudo, sindicalista, preso, caminhava no meio. Encostei-me e cochichei no seu ouvido: “Estão matando tudo que é comunista, quando você chegar ao quartel vai ser fuzilado. Vou lhe dar uma chance, na próxima esquina lhe empurro e você se manda”! Ele encarou-me com olhar suplicante. Puxei-o pelo braço e empurrei, ele correu, se escafedeu na primeira rua. No quartel fiz um relatório verbal. Ainda no 1º do abril, meu pelotão tomou a sede dos Correios, patrulhou a cidade do Recife. À noite, cansado, dormi feito um menino, mal sabia, aquele era o primeiro dia de uma ditadura.

sexta-feira, 15 de março de 2013

4ª FESTA LITERÁRIA DE MARECHAL DEODORO


    APRESENTAÇÃO DO PROJETO


A 4ª Festa Literária de Marechal Deodoro ( 4ª FLIMAR ) é um projeto desenhado para ser evento anual. Contemplará especialmente a literatura, e vários segmentos da cultura: música, folclore, cinema, gastronomia, entre outras manifestações culturais.
A escolha da cidade de Marechal Deodoro, do público e dos eventos a serem apresentados tem todo o cuidado para garantir a perenidade do evento.

A 4ª Festa Literária de Marechal Deodoro será realizada entre 25 E 28 DE SETEMBRO DE 2013

Terá como atividades em vários locais da cidade:

1 - “Espaço Cultural Santa Maria Magdalena da Alagoa do Sul” (300 lugares) –Palestras, mesas de debates e apresentações artísticas

2- Espaço Cultural Banco do Nordeste – Atividades Culturais

3 - IFAL ( ex Escola Técnica Federal) -  Palestras, oficinas, apresentação de poesia ao vivo.

4 - Rede de Ensino do Município – Palestras, atividades literárias, folclore.

5 - Orla Lagunar - Feira de cultura e literatura (30 toldos-estandes), shows musicais, desfile de moda ( Rendeiras de Marechal)

6 - Cinema na antiga cadeia - Filmes de Cacá Diégues e sobre obra de Graciliano Ramos

 7 -  Igrejas – Concerto de música clássica.

8 – Nas ruas e povoados da cidade-  Grupos de teatro de rua, apresentação de folclore, apresentação das 3 bandas filarmônicas de Marechal Deodoro, gastronomia, doação de livros às comunidades, lançamento de livros, mostra de artesanato, outras manifestações culturais.

PÚBLICO ALVO

Escritores, poetas, historiadores, cronistas, contadores de história, repentistas, teatrólogos, artistas, cineastas, professores, estudantes, editores, livreiros, distribuidores, políticos, colégios, faculdades, secretarias de educação e cultura, fundações, leitores, alunos e povo em geral.

Rede de ensino: 13.000 alunos
Comunidade de Marechal Deodoro: 10.000 pessoas
Visitantes- turistas: 8.000 visitantes esperados
TOTAL: 31.000 PESSOAS DIRETAMENTE ENVOLVIDAS

quarta-feira, 13 de março de 2013

MOÇAMBIQUE FALANDO NA FLIMAR


PROGRAMAÇÃO PROVISÓRIA - QUINTA-FEIRA (26 SETEMBRO)

DIA 26 DE SETEMBRO (QUINTA-FEIRA)

AUDITÓRIO ESPAÇO CULTURAL SANTA MARIA MAGDALENA DA ALAGOA DO SUL

10:30 – 12:00  – MESA 1 : A Justiça e a Literatura  “O Crime e o Castigo”–  Walber Valente – Humberto Pimentel – Léo - Promotora.
14:00 – 15:00 –MESA 2 -  Histórias de Graciliano – Maurício Melo Jr. e  Ovídio Poli Júnior.
15:00 – 16:00 – MESA 3 -  Mônica Montone – Claufe Rodrigues.
16:00 – 18:00 – MESA 4 - Graciliano Ramos – Vida e Obra – Audálio Dantas  - Nelson Pereira dos Santos – Janaína Amado – Maurício Mello Jr.
18:00 – 19:00 – GRACILIANO RAMOS – Chico de Assis e Paulo Poeta.
19:00 – 20:30 – Sarau na Casa do Marechal: A Poesia ao vivo – TEMA 100 ANOS DE VINICIUS -  Henrique Rodrigues – Mônica Montone – Claufe Rodrigues – Letícia Elena – Chico de Assis – Paulo Poeta – Ricardo Cabus ( palco aberto ao público).

AUDITÓRIO 3ª FLIMAR


3ª FLIMAR - ENCERRAMENTO


3ª FLIMAR - ÚLTIMA PARTICIPAÇÃO DO POETA LÊDO IVO EM EVENTO LITERÁRIO


3ª FLIMAR - SERENATA EM MARECHAL DEODORO


segunda-feira, 11 de março de 2013

4ª FLIMAR - PROGRAMAÇÃO DE ABERTURA



4ª FLIMAR

DIA 25 DE SETEMBRO (QUARTA-FEIRA)

IV FESTA LITERÁRIA DE MARECHAL DEODORO

 “PROGRAMAÇÃO PROVISÓRIA”



AUDITÓRIO ESPAÇO CULTURAL SANTA MARIA MAGDALENA DA ALAGOA DO SUL


19:00  –Recepção aos convidados – Banda de Pífano de Marechal Deodoro
19:30 – Abertura da 4ª FLIMAR  – CERIMONIAL
           Hino Nacional –  Eliézer Setton                                                                                                                    
20:00 – Palestras de abertura sobre os escritores  homenageados: GRACILIANO RAMOS por     
          Janaína Amado ( 20 minutos)  e  CACÁ DIÉGUES por  Renata Magalhães  (20 minutos)
21:00  – 22:00 – CORETFAL – BAIÃO DE DOIS.


PALCO -TABLADO  NA ORLA LAGUNAR




22:00  –  Nelson da Rabeca
          - ELIEZER SETTON

PALAVRAS DO PREFEITO CRISTIANO MATHEUS


 Prefeito Cristiano Matheus e o saudoso Lêdo Ivo

“A Festa Literária de Marechal Deodoro – FLIMAR – é um projeto ousado e revolucionário, tendo a política de incentivo à leitura e à preservação de nossa cultura e patrimônio, como objetivos maiores. Durante a FLIMAR será realizada uma série de palestras, mesas de debates e oficinas com escritores cuidadosamente convidados. A Festa Literária é dirigida à comunidade, aos alunos e visitantes. Além da literatura, vários segmentos da cultura brasileira são contemplados durante a Festa. A FLIMAR tem momentos de descobrimento, diversão e encantamentos. Com certeza tem deixado o saber, a esperança no coração e mente dos participantes, abrindo novos horizontes na vida de cada um. O objetivo fundamental da Festa Literária é contribuir para um futuro mais justo e uma melhor qualidade de vida de nossa população.”



     CRISTIANO MATHEUS - Prefeito
            

MARECHAL DEODORO - CIDADE HISTÓRICA - 417 ANOS





MAPA - MACEIÓ - MARECHAL DEODORO


POUSADA CAPITÃES DE AREIA - PRAIA DO FRANCÊS


Rua Vermelha, 13 | Praia do Francês - Alagoas | Tel.: (82) 3260.1477
pousada@capitaesdeareia.com.br
WEBMAIL

Hospedagem - Pousada - Hotel - Praia do Francês - Alagoas - Brasil

MACEIÓ - ELEITA A CAPITAL MAIS BONITA DO BRASIL - 28 KM DE MARECHAL DEODORO





PRAIA DO FRANCÊS - 5 KM DO CENTRO HISTÓRICO DE MARECHAL DEODORO


3ª FLIMAR - FOLHETO E CARTAZ


3ª FLIMAR - ABERTURA








3ª FLIMAR - TODO APOIO DO PREFEITO CRISTIANO MATHEUS - O MAIS ANIMADO NA SERENATA DE ENCERRAMENTO COM TODA CHUVA


3ª FLIMAR - A ÚLTIMA FESTA DE LÊDO IVO - SAUDADES


3ª FLIMAR - CONVITE DA BRASKEM


3ª FLIMAR -Escritores nacionais e internacionais fazem sarau na Lagoa Manguaba



Nomes renomados do cenário literário estiveram no III Flimar em Marechal Deodoro

Poemas foram recitados e emocionaram escritores
Escritores nacionais e internacionais estiveram reunidos, na manhã de ontem, durante um passeio de Escuna, em solo alagoano, e conheceram a biodiversidade da Lagoa Manguaba, em Marechal Deodoro. Eles estão participando da III Festa Literária de Marechal Deodoro (Flimar) que teve início no dia 28 e segue até hoje.
Na oportunidade, não faltaram recitais e poesias emocionadas durante o percurso do passeio que durou cerca de uma hora. O primeiro a recitar uma poesia foi o escritor Chico de Assis embalado pelo maestro Zezinho, com o seu saxofone alto, que dizia: “Escrevi certa vez que Deus além de brasileiro era alagoano, na verdade não se cria um estado assim tão belo sem cumplicidade, sou capaz de imaginar o dia da criação de Alagoas. Oh, São Pedro pegue o estoque de azul mais puro e coloque dentro das manhãs encharcadas de sol, faça do mar esposa do céu polvilhado de jangadas brancas aquelas lagoas que estava guardando para uso particular coloque-as neste paraíso, [...] gosto bom do verde dos canaviais, as praias deveriam ser fascinantemente belas, coloque piscinas naturais dentro do mar, coloque um povo hospitaleiro e bom, comida típica que seja melhor que o maná, dê o nome de Alagoas e a capital Maceió, e a padroeira Nossa Senhora dos Prazeres”. 
O resultado da poesia foi muitos aplausos e lágrimas do secretário de cultura de Marechal Deodoro, Carlito Lima, que segundo Chico Assis, foram mais fortes que a própria poesia. 
O escritor Antônio Torres, um dos homenageados do 3º Flimar, não escondeu o seu entusiasmo e comparou o passeio pela Lagoa Manguaba como se estivesse em filmes do alemão Herzog, rodado na Amazônia, “Fitzcarraldo e Aguirre, a cólera dos deuses”, citou em referência a duas produções do cineasta.   
Escritora se emoviona ao recitar poema após esposo sair do coma
A escritora, Miriam de Sales Oliveira, soteropolitana, estava no passeio de Escuna e ficou emocionada ao recitar um poema antigo, que embora não seja dela, marcou sua vida e a de seu esposo. Na ocasião, ela teve motivos de sobra para recitar, pois seu esposo que estava em coma profundo voltou a ver a realidade na última quinta-feira. “Suave Caminho: assim, ambos assim, no mesmo passo, iremos percorrendo a mesma estrada, tu no meio braço tremulo amparado e eu amparada no teu forte braço, ligados neste arrimo embora escasso venceremos as luzes da jornada e tu te sentirás menos cansado e eu não sentirei o meu cansaço e assim ligado pelos bens supremos que para mim o teu carinho trouxe [...] como se a escarpa dessa vida fosse uma suave caminho”.        
Lançamento
A roteirista de TV, Cléa Paixão, que é jornalista e alagoana, mas que mora em Brasília teve a oportunidade de lançar seu livro em sua terra. Ela ressaltou que o livro embora fale da ‘Influência da Mulher no Mundo’, não é feminista, “é um livro histórico que retrata a mulher e a política – desde Eva até Dilma Rousseff, um livro que deve ser lido por homens e mulheres. Fala das mulheres que chegaram ao poder, sendo hoje 14 que compõem os governos de nações, o livro contém 88 páginas”, frisou.
Paixão destacou o prazer em conviver com pessoas que tem tanto a acrescentar e influenciar nestes dias de Flimar e complementou dizendo: “numa relação não tem o que manda e o que obedece. Quem manda mesmo é o respeito e a cumplicidade, seja matrimonial, profissional ou de amizade. 

Riqueza da Lagoa Manguaba como inspiração 
Os escritores tiveram uma verdadeira aula ministrada pelo guia Diego Santos que explicou sobre as riquezas de um dos maiores complexos lagunares de Alagoas, a Lagoa Manguaba também conhecida como Laguna. 
O guia inspirou os autores ressaltando a biodiversidade que o santuário ecológico oferece. Segundo ele, a Lagoa Manguaba é uma referência nacional e internacional que pode estar ameaçada diante da degradação do homem.  
“A Lagoa Manguaba ou Laguna tem 34 quilômetros de extensão sendo a maior do Estado de Alagoas. Sua vizinha é a Mundaú com 23 quilômetros de diâmetro. Temos um bioma rico, mas que se encontra em extinção, que são os manguezais, onde várias espécies transitam e outras praticamente passam toda a sua vida. Na Manguaba é possível encontrar garças, tartarugas, diversidade de peixes como tainha, caranguejos, guaiamuns e o Aratu que escala em manguezais. Tartarugas marinhas acabam perdendo o seu prumo e desembocam também na lagoa”, explicou. 
Diogo mencionou que pela Manguaba ser uma área que da nome ao Estado é importante ressaltar que a Lagoa corre um sério risco, por conta da poluição pela agressão do homem, seja de forma direta como esgotos despejados ou indiretamente. “Com isso, se corre atrás do prejuízo com inúmeros projetos como o Lagoa Viva, Cinturão Verde da Braskem que tem a intenção de sensibilizar as pessoas para atenuar os riscos”, finalizou. 


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3ª FLIMAR - OFICINA DE CINEMA COM O CINEASTA RENÉ GUERRA


3ª FLIMAR - O ATOR CHICO DE ASSIS FOI BRILHANTE NO SARAU DA CASA DO MARECHAL


CRÔNICA DE SEBASTIÃO NERY EDITADA DIA 8 DE DEZEMBRO EM MAIS DE 30 JORNAIS E 100 SITES-BLOGS NO BRASIL







                              O MARECHAL DA CULTURA
    MARECHAL DEODORO (AL) - Lá em cima na mitológica Normandia, cabeça e norte da França, estuário do rio Sena, de frente para a Inglaterra a quem pertenceu em tempos passados, separadas pelo Canal da Mancha sob o qual passa hoje o túnel onde mergulha o trem que liga os dois países,há uma pequena cidade encantada com nome de flor:  Honfleur.                                                                                                                          O vale do Sena é bordejado de verde e de vaquinhas normandas. Famosos o creme de leite e o Camembert da Normandia. E o conhaque  Calvados e a cidra, produzidos com as maçãs que enfeitam os prados.
Honfleur no século 15 era um porto defensivo contra invasões inglesas, em formato retangular e cercado por três ruas de edificações seculares. É como se fosse uma praça, só que no meio é água e o quarto lado dá para o rio Sena, que desemboca no Atlântico um pouco mais adiante. As casas dão a impressão de ter 500 anos ou mais, até hoje habitadas. A primeira referencia histórica  a Honfleur é de 1027.

                              HONFLEUR                                                                
E o que Alagoas tem com isso? Tem tudo. Em 1500, Portugal chegou a Porto Seguro, viu, gostou, admirou, elogiou, plantou o Marco do Descobrimento, ergueu uma cruz, celebrou uma missa e foi embora. Os piratas fizeram a festa. Sobretudo os franceses. Durou séculos o saque, o contrabando e a farra do Pau Brasil. Em Alagoas os caminhos estavam prontos: havia o mar com a “Praia do Porto do Francês”, o rio  São Francisco, os rios Mundau e Paraiba, as lagoas. Eles chegavam, pegavam o Pau Brasil e levavam, sobretudo para os portos do Havre e de Honfleur, um em  frente ao outro. Era o Brasil construindo a Europa, as casas da Europa.      Em 1611 nasceu a primeira capital de Alagoas (hoje Marechal Deodoro) como “Povoado de Vila Madalena de Sumaúna”, para proteger o pau-brasil do contrabando e da ação de piratas e outros. Em 1636 já era o  “Município  de Santa Maria Madalena da Lagoa do Sul”. Só em 1817 capital da capitania de Alagoas, com o nome de Alagoas. Em 1823, cidade. Em 1839, a capital foi para Maceió. E em 1939 o nome da velha cidade foi mudado para Marechal Deodoro, em homenagem ao filho ex-presidente.
                                       
     A  “IIIª FLIMAR”
          Há três anos o talento, competência e dedicação do jornalista, escritor e coronel (do Exercito) Carlito Lima, secretario de Cultura da cidade, criaram a FLIMAR (Festa Literária de Marechal Deodoro). Nesse final de semana, realizou-se a 3ª. Veio gente do pais inteiro, do Rio Grande do Sul ao Amapá, e da America Latina: jornalistas, escritores,  conferencistas, poetas, cantores, grupos de teatro, folclore. Durante cinco dias, diante de suas magníficas igrejas barrocas e sobrados patinados, e sobre as praças de pedras seculares, a cidade tornou-se um anfiteatro da cultura a céu aberto.
          Este ano, a IIIª FLIMAR homenageou três consagrados intelectuais: o antropólogo e folclorista alagoano Theo Brandão (Theotônio Vilela Brandão), que fez parte da celebrada geração de Graciliano Ramos, Raul Lima, José Lins do Rego, Rachel de Queiroz e seu marido José Auto,  Aurélio Buarque, Diegues Junior, tantos outros; homenageou também o alagoano acadêmico Ledo Ivo, maior poeta vivo do pais, e o consagrado romancista baiano-carioca Antonio Torres, Premio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras, com  palestras sobre as obras de cada um. 
         
                                        “A NUVEM”
Todos os dias, de manhã, de tarde e à noite, intelectuais fizeram conferencias. Ricardo Cravo Albin, com sua sabedoria e bagagem histórica,celebrou os 100 anos de Luiz Gonzaga, mostrando a contribuição do Rei do Baião para o pais ficar conhecendo o verdadeiro rosto do Nordeste.                                                                                                      O romancista Antonio Torres, o jornalista e escritor Luiz Gutemberg e Janaina Amado debateram o significado litero-cultural do centenário do saudoso Jorge Amado. A escritora e critica literária baiana Miriam Salles analisou a nova literatura nordestina, amazônica e do Centro-Oeste.                                                                                                                                       Durante três horas, a carioca Beatriz Rabello apresentou para  dezenas de bibliófilos uma oficina  de restauração de livros antigos.       
          E eu mostrei minha experiência, no Brasil e como correspondente de imprensa, de meio século de jornalista que também publica livros, como contei em meu ultimo livro “A NUVEM – O Que Ficou do Que Passou”.  
                    sebastiaonery@ig.com.br

3ª FLIMAR - ABERTURA - GENERAL UCHOA DE MOURA - ARTISTA ADÉLIA AMORIM - JORNALISTA SEBASTIÃO NERY - BEATRIZ REBELLO - CARLITO LIMA E MAURÍCIO MOREIRA


3ª FLIMAR - BOAS AS VENDAS DE LIVROS INFANTIS