segunda-feira, 11 de março de 2013

3ª FLIMAR -Escritores nacionais e internacionais fazem sarau na Lagoa Manguaba



Nomes renomados do cenário literário estiveram no III Flimar em Marechal Deodoro

Poemas foram recitados e emocionaram escritores
Escritores nacionais e internacionais estiveram reunidos, na manhã de ontem, durante um passeio de Escuna, em solo alagoano, e conheceram a biodiversidade da Lagoa Manguaba, em Marechal Deodoro. Eles estão participando da III Festa Literária de Marechal Deodoro (Flimar) que teve início no dia 28 e segue até hoje.
Na oportunidade, não faltaram recitais e poesias emocionadas durante o percurso do passeio que durou cerca de uma hora. O primeiro a recitar uma poesia foi o escritor Chico de Assis embalado pelo maestro Zezinho, com o seu saxofone alto, que dizia: “Escrevi certa vez que Deus além de brasileiro era alagoano, na verdade não se cria um estado assim tão belo sem cumplicidade, sou capaz de imaginar o dia da criação de Alagoas. Oh, São Pedro pegue o estoque de azul mais puro e coloque dentro das manhãs encharcadas de sol, faça do mar esposa do céu polvilhado de jangadas brancas aquelas lagoas que estava guardando para uso particular coloque-as neste paraíso, [...] gosto bom do verde dos canaviais, as praias deveriam ser fascinantemente belas, coloque piscinas naturais dentro do mar, coloque um povo hospitaleiro e bom, comida típica que seja melhor que o maná, dê o nome de Alagoas e a capital Maceió, e a padroeira Nossa Senhora dos Prazeres”. 
O resultado da poesia foi muitos aplausos e lágrimas do secretário de cultura de Marechal Deodoro, Carlito Lima, que segundo Chico Assis, foram mais fortes que a própria poesia. 
O escritor Antônio Torres, um dos homenageados do 3º Flimar, não escondeu o seu entusiasmo e comparou o passeio pela Lagoa Manguaba como se estivesse em filmes do alemão Herzog, rodado na Amazônia, “Fitzcarraldo e Aguirre, a cólera dos deuses”, citou em referência a duas produções do cineasta.   
Escritora se emoviona ao recitar poema após esposo sair do coma
A escritora, Miriam de Sales Oliveira, soteropolitana, estava no passeio de Escuna e ficou emocionada ao recitar um poema antigo, que embora não seja dela, marcou sua vida e a de seu esposo. Na ocasião, ela teve motivos de sobra para recitar, pois seu esposo que estava em coma profundo voltou a ver a realidade na última quinta-feira. “Suave Caminho: assim, ambos assim, no mesmo passo, iremos percorrendo a mesma estrada, tu no meio braço tremulo amparado e eu amparada no teu forte braço, ligados neste arrimo embora escasso venceremos as luzes da jornada e tu te sentirás menos cansado e eu não sentirei o meu cansaço e assim ligado pelos bens supremos que para mim o teu carinho trouxe [...] como se a escarpa dessa vida fosse uma suave caminho”.        
Lançamento
A roteirista de TV, Cléa Paixão, que é jornalista e alagoana, mas que mora em Brasília teve a oportunidade de lançar seu livro em sua terra. Ela ressaltou que o livro embora fale da ‘Influência da Mulher no Mundo’, não é feminista, “é um livro histórico que retrata a mulher e a política – desde Eva até Dilma Rousseff, um livro que deve ser lido por homens e mulheres. Fala das mulheres que chegaram ao poder, sendo hoje 14 que compõem os governos de nações, o livro contém 88 páginas”, frisou.
Paixão destacou o prazer em conviver com pessoas que tem tanto a acrescentar e influenciar nestes dias de Flimar e complementou dizendo: “numa relação não tem o que manda e o que obedece. Quem manda mesmo é o respeito e a cumplicidade, seja matrimonial, profissional ou de amizade. 

Riqueza da Lagoa Manguaba como inspiração 
Os escritores tiveram uma verdadeira aula ministrada pelo guia Diego Santos que explicou sobre as riquezas de um dos maiores complexos lagunares de Alagoas, a Lagoa Manguaba também conhecida como Laguna. 
O guia inspirou os autores ressaltando a biodiversidade que o santuário ecológico oferece. Segundo ele, a Lagoa Manguaba é uma referência nacional e internacional que pode estar ameaçada diante da degradação do homem.  
“A Lagoa Manguaba ou Laguna tem 34 quilômetros de extensão sendo a maior do Estado de Alagoas. Sua vizinha é a Mundaú com 23 quilômetros de diâmetro. Temos um bioma rico, mas que se encontra em extinção, que são os manguezais, onde várias espécies transitam e outras praticamente passam toda a sua vida. Na Manguaba é possível encontrar garças, tartarugas, diversidade de peixes como tainha, caranguejos, guaiamuns e o Aratu que escala em manguezais. Tartarugas marinhas acabam perdendo o seu prumo e desembocam também na lagoa”, explicou. 
Diogo mencionou que pela Manguaba ser uma área que da nome ao Estado é importante ressaltar que a Lagoa corre um sério risco, por conta da poluição pela agressão do homem, seja de forma direta como esgotos despejados ou indiretamente. “Com isso, se corre atrás do prejuízo com inúmeros projetos como o Lagoa Viva, Cinturão Verde da Braskem que tem a intenção de sensibilizar as pessoas para atenuar os riscos”, finalizou. 


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