Está certo.
Desejei que meus olhos tirassem
fotografias, pois só eu, e ninguém mais, nenhuma lente conseguiu
registrar todas as imagens e momentos e expressões que ficarão guardadas na
memória.
Desejei que meus ouvidos fossem
gravadores, para poder voltar quantas vezes quisesse e ouvir cada
palavra que consegui sorver daquele lugar.
Nenhum final de semana de
compras, nenhuma viagem à Europa, nem mesmo um mega show
internacional me impressionou e me acrescentou tanto.
Eu tive uma semana de cultura, de
carinho alagoano, baiano, carioca, pernambucano.
Eu vi o mar do Francês com
olhos de saudades, mais amadurecidos pela vida.
Eu vi Marechal Deodoro e seu povo
acolhedor e multicolorido.
Eu vi Alceu Valença, Luiz
Berto, Jessier Quirino, Chico de Assis, Míriam Sales e não vou
citar mais ninguém, pois esse texto ficaria gigante, já que alí, eu só vi
pessoas grandiosas, como nunca tinha visto.
Eu ganhei livros com
dedicatórias que me emocionaram.
Eu vi circulando pelas ruas,
cães em bando. Bando de cães felizes.
Eu conheci pessoas que poderiam
passar despercebidas, até começarem a falar. Depois desse momento, jamais
sairão de minha memória.
Eu recebi demonstrações de afeto
tão grandes, que quase me senti tão especial quanto
eles todos.
Eu vi um homem miudinho,
de quase não sei quantos anos de idade, subindo ao palco com sua rabeca,
esculpida em próprio punho, tocar seu instrumento tão magnificamente, que
virei sua fã instantaneamente, e quando pedi apaixonadamente para tirar
uma foto comigo, ele, todo feliz com a fila que se formava, disse
baixinho: “Eu âââââmo vocês!” que traduzindo-se na linguagem do
sentimento, dizia: “Obrigado por gostarem de mim!”
Eu vi um homem de chapéu
panamá, subir ao palco e com sua voz forte, sua postura de gigante e sua
presença de palco, fazer com que eu vertesse rios de lágrimas ali, no
meio de todo mundo, ao recitar alguns dos mais belos poemas que conheço.
Me sentei todas as noites com gente
que falava sobre ideais, sobre literatura, livros e cultura e não sobre pessoas
e vida alheia.
Eu conheci Simone e Sandra, e descobri
que são minhas fãs tanto quanto sou fã delas.
Eu conheci uma família maravilhosa,
cheia de paz e serenidade .
Ouvi a frase mais linda dos
últimos tempos: “Eu só quero uma coisa na minha vida: Fazer essa mulher
feliz”.
Vi casinhas com eira, vi casinhas com
beira e entendi por que a minha, não tem eira nem beira.
Vi mulheres tecendo renda, trançando
fios por dias e dias e dias, para no final de uma semana, vendê-los quase de
graça. É a trama da vida de cada uma delas, que seguem felizes com a simplicidade
grandiosa de sua arte.
Eu entendi, finalmente, como se
mede o tamanho de um homem e onde é que mora sua grandeza.
Eu conheci pessoas verdadeiras e
indiscutivelmente talentosas e anônimas. Conheci também
talentos que a mim, eram anônimos.
Eu presenciei um black out
que me fez lembrar o quanto adoro as estrelas, mas o céu de
Marechal Deodoro é mais bonito do que o céu do resto do mundo.
Eu conheci duas mulheres lindas, que
se amam e tem uma parceria linda vida afora, cheias de tranquilidade, amor e
carinho uma pela outra.
Eu vi e peguei no colo um filhote de
bicho preguiça, que também me fez chorar de emoção.
Uns meninos me pediram o famoso “um
real”. Dei dez e recebi o abraço mais apertado do mundo. Esse, vinha sem
preço.
Fiz uns 6 bons e grandes novos amigos
e reconheci a amizade já existente, que finalmente, se tornou
real. Só por isso, viver já teria valido a pena.
Eu vi que meu mundo se ampliou,
por que o modo como vejo a vida, é diferente da semana passada. Me
sinto como uma pequena bexiga que inflou, e jamais conseguirá voltar ao
tamanho original.
Eu dei risada por me sentir alegre,
eu gargalhei por achar graça, eu chorei por me emocionar.
Eu percebi que no mundo existem
pessoas exacerbadamente grandiosas. Só não sabia seus endereços e nem elas, o
meu.
Enfim, nada que eu seja capaz de
escrever por aqui, fará justiça aos momentos que me foram
proporcionados e eu, princesa esperta que sou, soube aproveitar cada um
deles.
Eu conheci gente de todos os cantos,
com culturas diferentes e conheci gente de um só lugar, e
compreendi o Orgulho de Ser Nordestino.
Quando Deus foi jogar sobre a
Terra as sementinhas das almas talentosas, triplicou a quantidade
no nordeste, por receio das sementes não vingarem, por causa da terra seca, e
deu nisso..
Eu vi um homem dedicando-se de corpo
e alma para que tudo desse certo, e deu.
Esse grãozinho de areia que vos
escreve, através desta, quer agradecer a cada um, e
especialmente a Carlito Lima, que entre todos, foi o maior
responsável pelo sucesso da II Flimar .
Muito obrigada.
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